Dia Internacional das Mulheres

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Dia Internacional das Mulheres.

 

Mais uma vez, “comemoramos” o Dia Internacional da Mulher.

Não sei se há o que comemorar, de fato.

As mulheres continuam não tendo a mesma participação que os homens em cargos de direção de empresas, de países, de órgãos governamentais e etc. Recebem salários menores que os seres humanos masculinos e conquistaram direitos muito tempo depois que os homens (gênero masculino)

As mulheres continuam “não podendo” fazer o que os homens fazem. Não porque não podem, mas unicamente pela oposição e dominação realizada pelos homens (gênero masculino)

É claro que todas estas diferenças não tem a ver com capacidade, inteligência e etc. Tem a ver com o que os homens (gênero masculino) determinaram o que elas podiam ou não podiam fazer. E, historicamente, assim foi e assim se estabeleceu uma crença de que as mulheres “podem menos”. E esta crença nem sempre é consciente. Vai se tornando consciente a cada passo, a cada conquista.

Quando temos clientes mulheres, coachees mulheres, não é raro detectarmos convicções por parte delas que geram limitações, que não fazem sentido e que ainda não estavam conscientes, e que estão ligadas ao fato de serem mulher.

Alguns exemplos: uma cliente de estatura alta (claro, depende do referencial de altura. Ou uma mulher deve ter a altura “adequada”?) que não se desenvolveu profissionalmente porque “não queria aparecer”. Como assim?

Ela é uma mulher alta. Tinha a crença que deveria ser discreta (“mulheres devem ser discretas”). Esta crença alastrou-se para outras áreas de sua vida e, entre outros motivos, ela não se desenvolveu profissionalmente, pois “tinha que ser discreta”.

Outro caso: uma amiga tem o hábito de “sempre dar satisfação” sobre o que faz. Das coisas mais complexas, até as mais simples. Sempre dando a justificativa para que não a julguem como se estivesse agindo mal. Explico: em um restaurante na estrada, durante uma viagem, depois de ter pago a conta, ela decidiu ir ao toalete. Como ela tinha que pegar nova comanda para ingressar no restaurante, ela explicou para a funcionária que iria ao toalete (e ela não tinha que explicar nada para ninguém, era só pegar nova comanda). Ou seja, ficou explicando algo que não tinha que explicar, como que pedindo autorização para não ser julgada mal.

Outro caso, de uma senhora de mais idade: aos 82 anos, ela nos contou que sempre fez o que o marido e os filhos queriam. E, quando perguntamos sobre algo em sua vida que ela tinha feito porque ela queria, ela só tinha um único exemplo em toda a sua vida (de 82 anos), que era ter conhecido a Espanha.

E, finalmente, uma outra cliente, que oferece excelente serviços profissionais, mas que não investe em novos clientes, pois não se expõe nas mídias profissionais porque  “tem vergonha”.

São pequenos, mas significativos exemplos de comportamentos de mulheres, quase sempre sem uma autoconsciência, que as levam a ter menos “existência” no mundo quando comparadas aos homens.

O machismo e a dominação da sociedade pelos homens (gênero masculino) por séculos fez com que as mulheres tivessem uma menor autopermissão para apenas serem o que são: seres humanos como qualquer outro, com todos os direitos que ser ser humano implica.

Neste Dia Internacional da Mulher, ofereço esta reflexão para que todas possam realizar esta introspecção, descobrindo em si mesmas crenças e convicções que são derivadas da dominação masculina e que, de alguma forma, ainda que inconscientemente, tiveram a adesão delas, e impedem a sua existência de forma mais plena, e que tal postura já não faz sentido algum (ou, melhor dizendo, nunca fez sentido).

Recebam, de nossa parte, o respeito e o agradecimento por existirem!

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