Nunca vivemos isto antes. Medo. Restrições de locomoção, alteração de cumprimentos sociais, mudança de estilo de vida.
Não estamos tendo tempo para nos acostumar: simplesmente, temos que mudar.
Cumprimentos com os cotovelos (ou com os pés) ao invés de apertos de mãos, abraços efusivos e beijos no rosto (um beijinho, dois beijinhos, três beijinhos, dependendo do estado do Brasil). Agora, devemos optar apenas entre um cotovelo, dois cotovelos…, ou com um pé, dois pés ou, ainda, como inventaram também os iranianos, cumprimentando com as nádegas (https://www.bbc.com/portuguese/media-51752773). São fortes mudanças de hábitos arraigados em nosso estrutura cultural, em nosso modo de viver social. Nós, brasileiros, somos assim: calorosos, humanos, afetivos. Isto tudo, ainda que temporariamente, está sendo mudado.
Mas…
Há tantos livros que nos informam, ensinam e educam que os hábitos demoram a serem instalados, que levam 21 dias para que se cristalizem, que isso… que aquilo…. então, o que está por trás desta mudança de hábitos tão fortes? Como, de repente, estamos e vamos conseguir mudar nossa interação social?
Como principal motivo, acredito que seja o reconhecimento de um gigantesco propósito nesta mudança na forma como nos cumprimentamos: a própria sobrevivência, em última análise. No caso da saudação social, ou alteramos este hábito, ou todos estarão correndo sério risco e colocando outras pessoas em risco para a saúde individual e coletiva. Os beijinhos no rosto já não têm propósito. Os abraços já não são devidos. Os apertos de mãos agora são uma ameaça.
Quanto à eventual limitação de locomoção ou proibição de frequentar alguns lugares, esta mudança é decorrente de uma imposição externa: ou obedecemos, ou arcamos com as consequências legais da desobediência.
Dito isto, fica fácil perceber que mudamos de atitudes, mudamos de hábitos quando simplesmente decidimos mudar! Nada além disso! E decidimos mudar quando identificamos um propósito especial, um propósito que tem a ver com algum valor fundamental em nossa vida! Não há alternativa e há um grande propósito: temos que mudar e queremos sobreviver (propósito profundo).
Certa vez, um amigo, que sofreu um AVC aos 40 anos de idade (ele foi operado e tinha 50% de chances de sobreviver e 50% de chances de morrer), e que, por acaso do destino, além disso, viu-se em meio a um tiroteio, nos disse: nada com estar bem diante da morte, com filhos, esposa e tudo o que você ainda quer viver para dar real e profundo valor à sua vida e também para saber levar, com mais calma, todo o stress a que somos submetidos!
O que nos impede de mudarmos realmente é a ausência de uma determinação “fatal” e a falsa ideia de que “amanhã eu vejo isso, amanhã eu cuido disso”, como se tivéssemos toda a eternidade…
Nem sempre teremos um amanhã: haverá um dia que este amanhã não acontecerá. E este amanhã pode ser amanhã!
A mudança exige firme determinação (dá um trabalho mudar….), mas deve ser realizada, se você vê propósito no novo hábito que quer instalar.
Basta de lamúrias, basta de postergar, basta de “economizar vida”!
Aproveite as mudanças que o coronavírus está nos impondo: aprenda que você pode mudar rapidamente seus hábitos. Entre nesta determinação: se você consegue mudar o modo como cumprimenta seus amigos, seus parentes, sua família, é claro consegue mudar qualquer outro hábito seu, se assim se dispuser e se conscientizar do profundo propósito desta mudança!
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